sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A maneira como o nosso cérebro reage à leitura pode ser testado neste texto em que algumas letras se encontram trocadas.

Pios é:
De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e utmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que nsó pdomeos anida ler sem gnderas pobrlmeas. Itso é poqrue nós nao lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Cosiruo não?

~ * ~


Outro facto interessante é a maneira como conseguimos descodificar um texto que contenha letras e algarismos e continuar a lê-lo como se apenas fosse constituído por letras:

M473M471C0 (53N54C1ON4L)

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0.
D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0
3 P0NH0-M3 4 P3N54R 3M NUM3R05,
C0M0 53 F0553 UM4 P35504 R4C10N4L.
540 5373 D1550, N0V3 D4QU1L0...
QU1N23 PR45 0NZ3...
7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0...
M45 L060 C410 N4 R34L1D4D3
3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505
H1NDU-4R481C05


~ * ~

E também merecedor de atenção é o facto de não sermos capazes de nomear as palavras que se seguem dizendo-as rapidamente e em sucessão, em voz alta, sem nos enganarmos.

Diz então, em voz alta, a cor e não a palavra:

AMARELO AZUL LARANJA

PRETO ROXO VERDE

CINZENTO AMARELO ROXO

LARANJA VERDE PRETO

AZUL ROXO CINZENTO

VERDE AZUL LARANJA


Houve algumas trocas, não?

Isto acontece porque há um conflito entre a parte direita do nosso cérebro, que tenta referir a cor, e a parte esquerda, que tenta referir a palavra.

Matriz de teste

A matriz do próximo teste pode ser vista aqui. Mas será também enviada para os endereços de correio electrónico todos os alunos.


domingo, 19 de outubro de 2008

Uma crónica



Hoje deixo-vos aqui também uma crónica, retirada do jornal Público, do dia 3 de Junho de 2006. Gostava, sobretudo, que dessem um pouco de atenção ao estilo da escrita, e ao conteúdo do 2º parágrafo. O que se entende por «repouso imperturbado e bovino», relacionado com a televisão, o DVD, a música popular ou a conversa de computador?

Polémico, não?

Um vídeo publicitário

publicidade - s. f.,
estado do que é público; divulgação; notoriedade pública; reclamo comercial.






Vídeo de Daily Motion

Mesmo que a mensagem não seja perceptível por não se conhecer a língua, a mensagem publicitária pode continuar a ser eficaz, porque é concebida sobretudo para impressionar o consumidor. De que maneira é que esta mensagem pode influenciar? A quem se dirige, ou seja, qual é o seu potencial público-alvo?


terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Novo Acordo Ortográfico

Afinal como é que vamos escrever? Este acordo só traz confusão. O novo acordo ortográfico prevê vandalizar o bom Português. O bom Português, tão bem escrito, com tanta elegância e rigor, vai agora ser mutilado, a fim de o aproximar das línguas de origem portuguesa.


Por alguma razão, diz-se que países como o Brasil, Angola e Moçambique, são países de língua portuguesa, e não países de língua brasileira ou países de língua angolana. E essa razão deve-se ao facto de ter sido Portugal a introduzir a língua portuguesa nesses países


Mas então, porque é que tem de ser o bom e o rigoroso Português a fazer mais cedências? E porque é que as outras línguas fazem menos? São as perguntas que fazemos a nós próprios, e para as quais não obtemos resposta.


Outro problema que é levantado, é que algumas palavras perdem o seu sentido, como por exemplo, a palavra “acto”, que passa a “ato”, igual ao verbo atar; a palavra “acção” passa a “ação”; a palavra “pacto”, que passa a “pato”, não vamos dizer “Eu fiz um pato com ele.” é uma frase que fica sem sentido.


Este novo acordo vai também fazer com que os materiais didácticos e dicionários se tornem obsoletos, que seja feita a revisão e nova publicação de todas as obras escritas, e a reaprendizagem por parte de um grande número de pessoas, inclusive crianças que estão agora a dar os primeiros passos na escrita.


Supostamente fazem-se acordos ortográficos para tentar resolver problemas que surgem com o passar do tempo. Neste caso apenas se está a resolver um problema que não existe, uma vez que as variantes da escrita são perfeitamente compreensíveis em todos os países de língua portuguesa.


Por isso, da próxima vez que fizerem um “pato” com outros países pensem nas consequências das vossas “ações”.


por
André A.
Darnis A.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luze
são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade